A nossa Missão

O Gabinete de Prevenção Visual e Reabilitação (gpVr) é especialmente vocacionado para o diagnóstico e reabilitação não-cirúrgica de perturbações da visão binocular e do equilíbrio oculomotor, quer na criança quer no adulto.

Dentro deste grupo encontram-se o estrabismo (desvio dos eixos visuais), as paralisias oculomotoras (primárias ou secundárias), os síndromes restritivos, o nistagmo e demais distúrbios da motilidade ocular, assim como todas as anomalias sensoriais decorrentes (alterações de fixação ou de correspondência sensorial, fenómenos de neutralização e ambliopias).

Em estrabismo, cada caso é um caso, e assim, implementamos programas individualizados de recuperação funcional que, passo a passo, restabeleçam ou reforcem as funções necessárias à união binocular.

Uma condição essencial é a presença de uma acuidade visual semelhante entre os dois olhos, e por essa razão, no gpVr realizamos também exames para correcção refractiva (optometria), prescrevendo óculos e adaptando lentes de contacto quando indispensável ao processo de reabilitação, garantindo assim que o sistema visual não se encontra condicionado em termos refractivos.

No gpVr promovemos o rastreio visual pediátrico logo a partir dos seis meses de idade, trabalhando em parceria com os médicos de família e os médicos pediatras. O rastreio visual pediátrico praticado no gpVr segue as directrizes do Protocolo de Rastreio Oftalmológico Infantil (ROI) da Sociedade Portuguesa de Oftalmologia e é realizado por Ortoptistas.

terça-feira, 8 de outubro de 2013

Até que ponto conhece a sua visão?


Reparo que a maioria das pessoas, quando questionada sobre a sua visão, tenta relembrar-se precisamente da informação mais difícil de reter: a graduação que usa.

Eu gosto sempre de relembrar que a graduação, só por si, não determina a visão de cada um. Pois eu posso ter cinco dioptrias de miopia em cada olho e ter uma visão de 10/10 (100%) mas com a mesma graduação e um estrabismo constante do olho esquerdo, posso ver 100% do olho direito e apenas 1/10 (10%) do olho esquerdo.

É importante saber quanto cada olho vê. Com correcção e sem correcção. Porque a percepção que as pessoas têm daquilo que não veêm é -geralmente- inferior à verdadeira dimensão do problema, devido à compensação que é proporcionada pela visão binocular (com os dois olhos abertos).

Também importa perceber que nem sempre os óculos se destinam a melhorar a acuidade visual. Uma criança com um estrabismo acomodativo pode ver 10/10 de cada olho, mas precisa dos óculos para impedir o esforço acomodativo e assim manter os seus olhos direitos.

Se um dos olhos continuar desviado, quer seja ou não perceptível para nós "a olho nu", os olhos deixam, no essencial, de trabalhar em conjunto e a longo prazo, em crianças, o olho desviado perde acuidade visual, que pode não ser recuperada.

Isso é apenas o começo de um processo de reorganização cerebral que irá centrar a visão no olho de melhor acuidade. A visão a três dimensões (estereopsia) é seriamente prejudicada, e com fraca visão estereoscópica a percepção que a criança tem do espaço que ocupa é alterada, a coordenação motora não se desenvolve normalmente (as crianças podem cair com frequência, serem "naturalmente desajeitadas", não gostar de praticar desporto) e a leitura e qualquer actividade que implique esforço visual pode tornar-se um processo verdadeiramente cansativo.

É difícil para um pai ou uma mãe entender e explicar ao seu filho de 2 anos com estrabismo que tem de usar óculos, quando a criança sente que vê perfeitamente ou até "melhor" sem os óculos. Mas ignorar um estrabismo pode trazer sérias consequências e limitações para as crianças.

O estrabismo é a entidade clínica que provoca danos mais profundos na visão funcional das crianças e não se cura facilmente, e quem não esteja dentro do assunto pode ver-se inclinado a pensar que endireitando os olhos, ou deixando a criança crescer o problema desaparece.

A cirurgia (e podem ser necessárias mais do que uma) realinha os olhos, e pode proporcionar uma cura "estética", mas a cura verdadeira (que nem sempre se alcança) é a cura funcional, ou seja, pretende-se que os dois olhos participem na visão e que o resultado da soma do contributo de ambos seja superior à visão individual de cada olho, e isto é algo que raramente encontramos em adultos com estrabismo - a visão "binocular" é mais desconfortável que uma visão monocular e em termos quantitativos a acuidade visual binocular é igual à acuidade do melhor olho ou até inferior.

Um estrabismo verdadeiro não desaparece com o crescimento, por isso não devemos ficar à espera.

1 comentário:

Unknown disse...

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